Garantir o bem-estar de um paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não depende apenas da atuação de médicos e enfermeiros. No Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, dentistas integram a equipe multidisciplinar da UTI e fazem atendimento odontológico diário dos pacientes. O projeto é piloto e tem o objetivo de reduzir a proliferação de bactérias por conta da falta de higienização oral. Em dezembro, os profissionais de toda a rede passarão por treinamento para que a iniciativa chegue as outras unidades do Estado.
Com a mudança de atribuições no setor odontológico dos hospitais, o Estado desenvolveu o projeto pioneiro de integrar dentistas ao tratamento de pacientes na UTI. Os profissionais farão diagnóstico de problemas já existentes, os tratamentos necessários e a higiene diária.
– A pneumonia associada à ventilação é a segunda maior causa de infecção dos hospitais. E o maior foco é a placa bacteriana. Se o paciente não for higienizado na UTI, a placa vai aumentando ao longo do tempo de internação e as bactérias ficam mais resistentes – explicou Viviane Albuquerque, responsável pelo setor de odontologia da rede estadual de Saúde.
Profissionais capacitados durante três meses
Os profissionais do Albert Schweitzer passaram por três meses de treinamento. São 30 dentistas que agora estão aptos para tratar os 19 pacientes da UTI da unidade. A partir dessa experiência, será criado um protocolo único de atendimento para implementação do projeto em todos os hospitais da rede estadual.
A higienização bucal dos pacientes é feita diariamente com escova e pasta dental. Os profissionais também utilizam fio dental e vaselina para lubrificar lábios e boca, que em alguns casos ressecam por conta da entubação.
Segundo o coordenador da odontologia do Albert Schweitzer, Carlos Dantas, o retorno é o melhor possível.
– As famílias constatam esse cuidado a mais com o paciente. Aumentamos o bem-estar dessas pessoas, que se sentem melhor – disse Dantas.
fonte e imagem: Imprensa Oficial do RJ
